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Absorção

       A nicotina é rapidamente absorvida na forma de base livre pelos tecidos respiratórios, pele e trato gastrointestinal. A sua absorção pelas membranas biológicas está dependente do pH. Sendo uma base fraca, é absorvida na forma não ionizada, neste caso em ambientes alcalinos. Além disso, a absorção está dependente da matriz onde se encontra inserida, nomeadamente dos diferentes tipos de tabaco:

  • Tabaco curado com fumo apresenta um pH acídico, logo a nicotina encontra-se principalmente na forma ionizada, e, por isso, a sua taxa de absorção na mucosa bucal é baixa;

  • Tabaco curado com ar, usado na maioria dos cigarros, é caracterizado pelo seu pH alcalino e, portanto, a nicotina encontra-se sobretudo na forma não ionizada, sendo muito absorvida a nível da mucosa bucal.

      A rápida absorção nos pulmões é devida a uma grande área de superfície dos alvéolos pulmonares, das pequenas vias aéreas e, também, devido ao pH fisiológico de 7,4 que facilita a sua passagem através das membranas, uma vez que se encontra na forma não ionizada. As concentrações plasmáticas de nicotina aumentam rapidamente durante o ato de fumar, sendo que apenas 10 a 20 segundos são necessários para que a nicotina alcance o sistema nervoso produzindo uma alteração comportamental. A quantidade desta substância que atinge o organismo está dependente do próprio ato de fumar (volume do sopro, profundidade da inalação, diluição com o ar circulante, velocidade e intensidade do sopro). (Figura 3)

       A nicotina é bem absorvida através da pele causando a doença da folha verde do tabaco. A sua libertação na pele depende da permeabilidade da pele e da sua capacidade de difusão através da matriz onde se encontra inserida. Contudo, ela não atinge imediatamente a corrente sanguínea apresentando um lag time de 1 hora para a sua deteção.

Figura 3. Absorção da nicotina nos pulmões

Referências Bibliográficas:

  1. http://www.inchem.org/documents/pims/plant/nicotab.htm (Consultado em 15/03/2018)

  2. Benowitz, N.L., J. Hukkanen, and P. Jacob, 3rd, Nicotine chemistry, metabolism, kinetics and biomarkers. Handb Exp Pharmacol, 2009(192): p. 29-60.

  3. Benowitz, N.L., Pharmacology of nicotine: addiction, smoking-induced disease, and therapeutics. Annu Rev Pharmacol Toxicol, 2009. 49: p. 57-71.

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