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Sintomas da abstinência

       Quando um fumador deixa de fumar, os sintomas de abstinência à nicotina surgem. Geralmente, estes sintomas começam entre 4 a 24 horas após a cessação da ingestão de nicotina, podendo permanecer durante longos períodos de tempo. No entanto, estes são mais severos na primeira semana. O que se verifica é que a recaída é incentivada, uma vez que os fumadores sabem que a nicotina tem a capacidade de aliviar ou até mesmo suprimir os sintomas desagradáveis evidenciados durante a abstinência.

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       Os sintomas da abstinência podem ser incluídos em diferentes classes e ser muito variáveis. De acordo com o Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders existem 7 sintomas primários associados à abstinência da nicotina:

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  1. Irritabilidade, raiva ou frustração;

  2. Ansiedade;

  3. Humor deprimido;

  4. Dificuldade de concentração;

  5. Aumento do apetite;

  6. Insónia;

  7. Inquietação.

       Para além destes, numa síndrome de abstinência podem surgir outros sintomas como tremores, obstipação, tonturas ou vertigens, pesadelos, náuseas e dores de garganta

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     Todos estes sintomas refletem a larga influência da transmissão colinérgica no cérebro, uma vez que diferentes estruturas anatómicas que fazem parte do Sistema nervoso central expressam recetores colinérgicos nicotínicos permitindo que diferentes circuitos e mecanismos moleculares sejam ativados.

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       A dependência à nicotina é influenciada por fatores genéticos e ambientais. Os fatores genéticos são não só responsáveis em parte pelas diferentes manifestações que podem ocorrer numa síndrome de abstinência, correspondendo a cerca de 29 a 53% das variações observadas, mas também no sucesso da terapia de cessação tabágica, sendo que neste caso pode ter mesmo uma influência de 50%. Desta forma, o conhecimento de todos os mecanismos moleculares e variações genéticas envolvidos na síndrome de abstinência, bem como no sucesso da cessação tabágica irão facilitar o desenvolvimento de tratamento personalizados.

Referências Bibliográficas:

  1. McLaughlin, I., J.A. Dani, and M. De Biasi, Nicotine withdrawal. Curr Top Behav Neurosci, 2015. 24: p. 99-123.

  2. American Psychiatric Association . Diagnostic and statistical manual of mental disorders: DSM 5. American Psychiatric Association; Washington: 2013.

  3. Benowitz, N.L., Pharmacology of nicotine: addiction, smoking-induced disease, and therapeutics. Annu Rev Pharmacol Toxicol, 2009. 49: p. 57-71.

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