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Cigarros eletrónicos

         Os cigarros eletrónicos surgiram em 2007 nos EUA e rapidamente se tornaram populares a nível mundial. Estes cigarros são dispositivos que contêm uma série de substâncias químicas, entre quais:

  • Solventes;

  • Aromatizantes;

  • Nicotina (em doses variáveis).

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      Os utilizadores deste tipo de dispositivo inalam o vapor que se forma. Inicialmente considerava-se os cigarros eletrónicos mais seguros que os cigarros tradicionais, porém, atualmente, este facto já não está tão claro, existindo ainda poucos estudos que permitam tirar grandes conclusões. Sabe-se que os cigarros eletrónicos não originam os produtos tóxicos resultantes da combustão do tabaco tradicional, como é o caso do alcatrão associado ao cancro do pulmão. Como são produtos relativamente novos as evidências dos efeitos a curto e a longo prazo da exposição aos aerossóis produzidos nestes cigarros são muito reduzidas. No entanto, alguns estudos já existentes demonstraram que os produtos químicos presentes no líquido do cigarro eletrónico, como o propilenoglicol e o glicerol causam irritação na garganta e tosse. Além disso, outro estudo sugere que a exposição a esses vapores pode prejudicar a função pulmonar.

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        As análises químicas que comparam os perfis dos cigarros eletrónicos com os convencionais sugerem que os primeiros apresentam um perfil carcinogénico mais reduzido do que os últimos. Por outro lado, substâncias tóxicas, cancerígenas e partículas metálicas foram detetadas nos líquidos e aerossóis dos cigarros eletrónicos. Tal como acontece com os cigarros convencionais, os eletrónicos, também, expõem involuntariamente os não fumadores aos aerossóis.

 

         A exposição de tecidos e células pulmonares ao líquido deste tipo de cigarros aumenta as respostas inflamatórias e os marcadores de stress oxidativo. Existem cerca de 51 sabores disponíveis, sendo que 39 apresentam diacetil que está associado a doença pulmonar obstrutiva irreversível (bronquiolite obliterante). Para além do diacetil, também foram encontrados a 2,3-pentanodiona e a acetoína que estão associados a doenças respiratórias graves. A quantidade de nicotina nos cigarros eletrónicos varia e algumas pesquisas demonstraram que este tipo de cigarros fornece menos nicotina que os tradicionais, porém os fumadores podem alterar os padrões de sopro para compensar.

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Com base nas evidências científicas existentes até ao momento, conclui-se que o uso de cigarros eletrónicos apresenta mais danos do que benefícios para a população.

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Figura 20. Principais componentes e funções do cigarro eletrónico

Adaptado de https://www.ecigarettedirect.co.uk/ashtray-blog/2013/08/beginners-guide-to-electronic-cigarettes.html (Consultado em 10/05/2018)

Referências Bibliográficas:

  1. http://www.inchem.org/documents/pims/plant/nicotab.htm (Consultado em 15/03/2018)

  2. NIDA. (2018, January 5). Tobacco, Nicotine, and E-Cigarettes. Disponível em: https://www.drugabuse.gov/publications/research-reports/tobacco-nicotine-e-cigarettes (Consultado em 10/05/2018)

  3. ​Soneji, S.S., et al., Quantifying population-level health benefits and harms of e-cigarette use in the United States. PLoS One, 2018. 13(3): p. e0193328.

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