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Tratamento

      As vacinas contra a dependência da nicotina atuam produzindo anticorpos que se ligam a essa substância impedindo que atravesse a barreira hematoencefálica e desempenhe os seus efeitos a nível central, como a libertação de dopamina.

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       O objetivo destas vacinas é interromper o ciclo indutor e viciante associado à nicotina, ajudando os fumadores a deixar de fumar. Na presença destas vacinas após inalação ou qualquer outra via de exposição à nicotina não se desenvolve a sensação de prazer.

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      Como a molécula de nicotina é pequena, não é imunogénica, logo não é reconhecida pelo sistema imunológico. Desta forma, as vacinas que estão em desenvolvimento contêm um componente que pode ser reconhecido pelo sistema imunitário, nomeadamente uma exoproteína bacteriana na vacina NicVax (Nabi Biopharmaceuticals), invólucros recombinantes de vírus na vacina NIC002 (Cytos and Novartis) e também uma toxina recombinante da cólera na vacina TA-NIC (Celtic Pharma).

 

       Estas vacinas podem revolucionar o tratamento da dependência da nicotina, já que só necessitam de uma administração de 6 a 12 meses e apresentam menores taxas de recaídas comparativamente a outros tipos de tratamento.

 

       NicVax demonstrou resultados positivos em ensaio de fase II em 2010, já que conduziu ao aparecimento de um elevado número de anticorpos antinicotínicos em pacientes vacinados e demonstrou uma maior facilidade de cessação tabágica. NicVax entrou em ensaios clínicos de fase III em 2010, porém em 2011 a Nabi Biopharmaceuticals anunciou que esses ensaios falharam já que não houve qualquer melhoria em comparação com o placebo. As outras duas vacinas também demonstraram resultados positivos em ensaios de fase II.

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Atualmente ainda não existe nenhuma no mercado.

       Vários inibidores da MAO, como a moclobemida e a selegilina, estão a ser estudados para terapias de cessação tabágica.

 

     Esta classe de fármacos estabiliza os níveis de dopamina no cérebro, uma vez que impede a sua rápida degradação através da inibição da MAO. Consequentemente, aumenta a transmissão dopaminérgica reduzindo os sintomas de abstinência à nicotina.

     A exposição crónica à nicotina parece hiperativar o sistema endocanabinóide cerebral, sendo que o recetor CB1 desempenha um papel importante nesta interação.

 

     O rimonabanto é um antagonista do CB1 que inicialmente foi estudado como fármaco para o tratamento da obesidade, porém, também, demonstrou eficácia na cessação tabágica. Em contrapartida, apresenta graves efeitos adversos, como depressão e comportamentos suicidas, pelo que a FDA em 2007 proibiu o seu uso.

Referências Bibliográficas:

  1. Casella, G., P. Caponnetto, and R. Polosa, Therapeutic advances in the treatment of nicotine addiction: present and future. Ther Adv Chronic Dis, 2010. 1(3): p. 95-106.

  2. NIDA. (2018, January 5). Tobacco, Nicotine, and E-Cigarettes. Disponível em: https://www.drugabuse.gov/publications/research-reports/tobacco-nicotine-e-cigarettes (Consultado em 22/04/2018)

  3. https://www.fiercebiotech.com/biotech/nabi-biopharmaceuticals-announces-results-of-first-nicvax-r-phase-iii-clinical-trial (Consultado em 22/04/2018)

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